sexta-feira, julho 20, 2012

Crítica: Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge


O Morcego Retorna Triunfante Christopher Nolan conseguiu o impossível duas vezes. Primeiro, com “Batman Begins”, onde ele revitalizou a imagem do Homem Morcego, após todo o estrago que Joel Schumacher fez com sua imagem no cinema. Depois, ele conseguiu superar sua obra, com o espetacular “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, um longa tão celebrado que sua ausência nas indicações a melhores filmes no Oscar de 2009, gerou verdadeiro ultraje entre os cinéfilos. Agora, com o desfecho de sua trilogia, o mundo inteiro aguardava para saber se ele conseguirá corresponder as expectativas inumanas que se formaram a seu redor. Tenho certeza que haverão muitas pessoas que sairão do cinema reclamando e comparando este filme com seu antecessor (e pior, comparando Bane com Coringa, mas falo mais disso depois), mas acredito que a maioria esmagadora do público sairá mais do que satisfeita do cinema. Batman se aposentou. Após a morte de Harvey Dent no longa anterior, a polícia de Gotham passou um pente fino na cidade e a livrou dos piores criminosos que a mesma tinha a oferecer. Antes um lugar de caos e violência, os habitantes de Gotham agora desfrutam de uma merecida paz. Mas esta calmaria está para mudar com a chegada de Bane. Imenso, assustador e usando uma máscara que não lhe confere uma gota sequer de humanidade, o vilão viaja até Gotham com um intrincado plano de desestabilizar a cidade, econômica e moralmente, colocando-a em um estado de sítio. Ele tem os homens, a tecnologia e o conhecimento de como fazer isso, como um desastre natural, não parece haver nada que os homens comuns possam fazer para se proteger. Em meio a todo o horror imposto por este novo adversário, o Cavaleiro das Trevas precisa voltar a ativa e tornar-se o herói que a cidade tanto precisa neste momento de escuridão. Concordo que esta não é a mais detalhada das sinopses, mas é difícil falar deste filme sem acabar contando mais que o necessário a seu respeito. A história tem detalhes intrincados que requerem atenção, mas que causam grande satisfação no espectador uma vez que este consegue juntar todas as peças do enredo. Enquanto o tema de “Batman – O Cavaleiro das Trevas” era a moralidade e seus limites, aqui nos deparamos com a determinação e o sacrifício, duas palavras que sempre fizeram parte do vocabulário de Batman, mas que nunca fora exploradas no cinema da forma que Nolan fez neste filme.


Ok, vamos falar do óbvio agora: Bane. Em primeiro lugar, compará-lo ao Coringa (Heath Ledger) é uma bobagem tremenda. O Coringa era um louco psicótico, que como Alfred bem descreveu, “queria apenas ver o mundo queimar”. Sua meta, se é que podemos chamá-la assim, era provar que todas as pessoas são ruins e imorais quando colocadas em uma situação extrema o bastante. Bane por outro lado, chega a cidade com um plano, um exército e objetivos igualmente nefastos, mas muito mais ambiciosos. Ele é tanto revolucionário quanto terrorista, um gênio e um monstro, o pior tipo de criatura que existe, no momento em que ele é apresentado ao comissário Gordon, sentimos o calor ao seu redor e a profundidade de sua fortaleza… o policial é levado até o inferno… e Bane é o diabo em pessoa. Tom Hardy fez um excelente trabalho em transmitir a presença intimidadora de Bane. Devido a máscara, o ator não podia contar com expressões faciais para interpretar o vilão, então ele teve de usar linguagem corporal para fazê-lo funcionar. De sua forma de caminhar até a maneira como olha para as pessoas (sempre como se não significassem nada para ele), Bane transmite uma sensação de invulnerabilidade, de que nada nem ninguém pode tocá-lo. Sua fala articulada demonstra sua inteligência, o que o torna ainda mais intimidador. Vilões de alto intelecto sempre são os mais perigosos (vejam Hannibal Lecter, por exemplo) e um cérebro brilhante aliado a um físico que parece ser a prova de balas… bem, acho que já me fiz entender. Bane é um adversário digno do desfecho desta saga.


Ok, vamos falar do óbvio agora: Bane. Em primeiro lugar, compará-lo ao Coringa (Heath Ledger) é uma bobagem tremenda. O Coringa era um louco psicótico, que como Alfred bem descreveu, “queria apenas ver o mundo queimar”. Sua meta, se é que podemos chamá-la assim, era provar que todas as pessoas são ruins e imorais quando colocadas em uma situação extrema o bastante. Bane por outro lado, chega a cidade com um plano, um exército e objetivos igualmente nefastos, mas muito mais ambiciosos. Ele é tanto revolucionário quanto terrorista, um gênio e um monstro, o pior tipo de criatura que existe, no momento em que ele é apresentado ao comissário Gordon, sentimos o calor ao seu redor e a profundidade de sua fortaleza… o policial é levado até o inferno… e Bane é o diabo em pessoa. Tom Hardy fez um excelente trabalho em transmitir a presença intimidadora de Bane. Devido a máscara, o ator não podia contar com expressões faciais para interpretar o vilão, então ele teve de usar linguagem corporal para fazê-lo funcionar. De sua forma de caminhar até a maneira como olha para as pessoas (sempre como se não significassem nada para ele), Bane transmite uma sensação de invulnerabilidade, de que nada nem ninguém pode tocá-lo. Sua fala articulada demonstra sua inteligência, o que o torna ainda mais intimidador. Vilões de alto intelecto sempre são os mais perigosos (vejam Hannibal Lecter, por exemplo) e um cérebro brilhante aliado a um físico que parece ser a prova de balas… bem, acho que já me fiz entender. Bane é um adversário digno do desfecho desta saga.

“Batman – O Cavaleiro das Trevas” possuía uma narrativa nervosa, sufocante. Aos poucos nos víamos envolvidos pela loucura, que só era quebrada pela presença lógica de Batman na tela. Na conclusão da série, as coisas progridem em um ritmo mais lento. Vemos como a vida de Bruce Wayne, outrora guardião de Gotham, se deteriorou, e como apesar das ruas da cidade estarem limpas, a corrupção ainda existe na mesma, através de políticos desonestos e empresários sujos. A cidade está limpa na superfície, pois em seu núcleo ela permanece tão podre quanto sempre esteve. Existem diversos enredos paralelos, a quebra das Empresas Wayne, os negócios entre Miranda Tate e Bruce, Selina Kyle envolvendo-se com a escória do mundo apenas para tentar manter sua cabeça acima da água, os ataques de Bane, que aos poucos escalam para algo maior e o conflito entre nosso herói e a única figura paterna que lhe resta. Em alguns momentos, parece que a história está seguindo para caminhos demais, que em momento algum se cruzarão. Mas todos os personagens e enredos simultâneos de “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” aos poucos convergem para um ponto em comum. Como os diversos mecanismos que formam um explosivo e que funcionam em unidade, até o momento da inevitável explosão. E explosões não faltam aqui. O longa possui cenas de ação capazes de tirar o folego do espectador. O brutal duelo entre Batman e Bane, o domínio que o monstro mascarado impõe sobre Gotham e o inevitável embate entre os agentes da lei e os criminosos que participam da “revolução” que se vê diante deles. A direção de Nolan é impecável, nada é desperdiçado e podemos ligar e entender com perfeição tudo que acontece na tela. Mais diretores deveriam aprender que confusão não é sinônimo de “ação”.

Achei que este foi um excelente desfecho para aquilo que Christopher Nolan almejava alcançar com Batman. O desfecho da série é extremamente satisfatório para aqueles que acostumaram-se a visão do diretor para este tão lendário herói. “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é melhor que “Batman – O Cavaleiro das Trevas”? Francamente, isso importa? O gosto pessoal ditará muito no tocante a esta opinião, mas acho que todos deveriam se focar no fato de que este filme consegue sobreviver com louvor a toda pressão que os fãs jogaram nele. Nolan fechou este capítulo em sua vida profissional e não poderia tê-lo feito de forma melhor. Aquele que for escolhido para contar as histórias de Batman no futuro, terá muito trabalho para conseguir superar sua obra. Em uma única palavra: Bravo!

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